Conclave é o melhor filme de 2024
Estou em choque! E começo com essa expressão escrevendo esse texto exatamente minutos após acabar de assistir a Conclave, filme dirigido por Edward Berger, diretor suiço responsável pelo recém aclamadíssimo Nada De Novo No Front (2022), escrito por Peter Straughan, indicado ao Oscar por O Espião Que Sabia De Mais (2011), baseado no romance de mesmo nome, de Robert Harris, escrito em 2016.
Ralph Fiennes, interpreta Thomas Lawrence, cardial responsável por dirigir o conclave. E está primordial em um personagem que em alguns momentos carrega um peso enorme de tensão, e em outros, você chega até duvidar de suas verdadeiras intenções e caráter. Já que caráter, ou posso aqui usar a palavra ética, seja ela religiosa ou humana, é algo que se discute durante toda a historia, através de vários outros candidatos a assumir o maior posto do Vaticano. Stanley Tucci interpreta o cardial Bellini, e este, está igualmente impecável em seu personagem, o que acaba por causar o mesmo setimento de dúvida e questionamento no espectador, a respeito do seu caráter e suas intenções. Juntos, os personagens de Fiennes e Tucci, acabam chamando pra si, muitas vezes o protagonismo da história. Mas Conclave definitivamente não tem um protagonista, alguns outros personagens coadjuvantes acabam tendo babstante importância na história, com tempos de tela consideráveis, e daramas, e interpretações muito boas.
O filme se desenrola com um ar de mistério e suspense muito bem costurado, que te leva a vários lugares diferentes ao decorrer de seu desenvolvimento. Diálogos muito bem construídos, trazem muitas reflexões para o espectador, principalmente os católicos. Uma certa trama traz também reflexões sobre o papel das mulheres na igreja, através das irmãs devotas que se dedicam em manter aquele lugar em pé, e em ordem, geralmente servindo aqueles homens. Além de vários outros assuntos como o liberalismo de alguns cardiais, suas vidas íntimas, os ecândalos, a moralidade dos religiosos, e a hipocrisia da própria igreja. Na parte técnica, todo o arranjo de som ajuda muito no suspense. A palheta de cores é sutil e refinada, e a fotografia certamente merece receber indicação ao Oscar.
Agora certamente, apesar de Conclave ter um bom desenvolvimento, o seu final é inimaginável. Acredita-se que seja apenas mais um filme que traz questionamentos sobre a igreja, cheio de mistérios e suspense, mas o final é realmente surpreendente. Até mesmo para os especialistas de plantão, que geralmente podem deduzir o desfecho de uma história. Conclave entra pra a minha lista dos suspenses mais surpreendentes de todos os tempos, mas deixa a desejar a possibilidade que poderia ser muito mais explorado alguns temas que começam a ser dicutidos na trama, e que você percebe de uma grande importância para justificar o seu final. Ainda sim, é um excelente filme. Provavelmente o melhor lançamento do ano. E um filme que se tornará algo muito importante no acervo de obras que cercam os mistérios da igreja católica.
No Brasil, Conclave estreia dia 23 de janeiro do próximo ano.
NOTA: 9/10
escrito por Rômulo, escritor e diretor de cinema
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