THE PILL - Uma revista ou uma sociedade?

 


Como diretor de cinema posso imaginar e narrar essa cena que irei relatar a seguir, com uma precisão bastante satisfatória. Lembro-me de estar numa tarde qualquer na casa da minha avó, deveria ter uns 7 ou 8 anos de idade, e enquanto na sala de costura ao lado ela estava atendendo alguma perua que havia acabado de chegar de Nova Iorque com ideias de roupas para ela criar, eu estava sentado em um sofá grande, com uma pilha de revistas, todas de moda. Com uma avó costureira, era mais comum exemplares da Moda Moldes, revista especializada para profissionais da área de moda que colocavam a mão na massa. Elas vinham até com umas "plantas", os famosos moldes, de algumas peças que eram publicadas naquele exemplar. Mas também haviam as revistas ELLE, NOVA, Claudia, Casa e Jardim, e por aí vai. E por mais que o conteúdo me agradasse, eu era bastante interessado pela edição e diagramação, mesmo sem saber os nomes dado aquilo. Eu lia e reparava em tudo. Desde os nomes das pessoas responsáveis por cada setor da revista, até as erratas nas últimas páginas das revistas. Fui crescendo, me apaixonando cada vez mais por elas, e consumindo outros tipos de conteúdo que não fosse apenas do universo da moda. Ainda no ensino fundamental, devorava as VEJA, e era apaixonado pelas entrevistas das páginas amarelas, e os textos de Lya Luft. Na Playboy, além dos ensaios, também gostava das entrevistas do meio da revista, sempre com pessoas, às vezes, não muito populares, conhecidas de todo mundo, mas com perfis bastante interessantes. E haviam as 20 perguntas também, no final da revista. E assim, fui me apaixonando cada vez mais por esse mercado editorial, e até hoje consumo revistas, e faço questão de comprar os exemplares fisicos. Ainda que o mercado digital tenha engolido esse prazer que tinhamos em ir em uma banca, e voltar cheios de revista para casa. E depois que o filme O Diabo Veste Prada (2006) foi lançado, pude conhecer mais ainda desse setor, e fiquei cada vez mais interessado, com vontade de escrever e editar.

Quando comecei a trabalhar com fotgrafia, criei um blog, e depois que entrei de vez no mercado de moda, transformei o blog de um portfolio de fotografia, para um espaço onde eu trazia informações da atualidade, conhecimentos, e as minhas ideias. E de lá pra cá, sempre mantive um espaço para escrever, editar e publicar imagens e videos. Fosse um blog, ou um site. Há alguns anos eu decidi mergulhar de vez nas áreas que sempre sonhei de fato em trabalhar, literarura e cinema, e mantive meu site no período que atuava mais com moda na agência, e fiz dele um espaço institucional, como portfolio da minha  trajetória, e dos meus projetos atuais. Mas com o tempo, fui percebendo a necessidade no mercado de um espaço para trazer algo muito além dos meus trabalhos, porque eu mesmo fui sentindo essa necessidade, também, de me comunicar com as pessoas sobre diversos assuntos que eu gostaria de estar discutindo ali no dia a dia com alguém, mas que nem sempre é possível. Daí nasceu a ideia de unir aquela minha vontade no momento, com um sonho de criança, e depois de pensar em alguns conceitos e nome, cheguei em THE PILL. A pílula, tradução para português, me remete ao consumo de algo necessário, onde precisamos daquilo para nos equilibrar e nos manter. E num momento onde vivemos onde pessoas até se alimentam com nutrientes manipulados em farmácias, fazendo o uso de encapsulados, achei que essa seria uma analogia super divertida para o coneito do que estava buscando. 




E foi tentando adquirir o dominino para o site, onde óbvio que não estava mais disponivel, que acabei batizando o espaço de THE PILL SOCIETY, o que me fez resignficar a maneira como queria levar esse projeto adiante. E é isso que espero de THE PILL, muito mais que uma revista onde irei trazer informações, conteúdos e abordagens de diversos temas, quero que THE PILL seja como uma Sociedade Dos Poetas Mortos (1989), filme que traz justamente essa ideia de um grupo de pessoas que se reunem para não somente trocar ideias, mas debater, questionar, e acrescentar informações um ao outro. 

Divirtam-se!

Rômulo, editor


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